Recentemente, a SpaceX fechou um contrato no valor de U$ 149 milhões sob o programa Space Development Agency (SDA) para desenvolver quatro satélites capazes de detectar e rastrear mísseis balísticos e supersônicos. A empresa de Elon Musk não estará sozinha na empreitada: por meio de uma parceria, a Microsoft também irá trabalhar no programa.

A informação foi revelada por Gwynne Shotwell, presidente e chefe de operações da SpaceX. Em uma entrevista pré-gravada, Tom Keane, vice-presidente da plataforma Microsoft Azure Global, comentou sobre um novo acordo em que a banda larga dos satélites Starlink será utilizada para conectar centros de dados da computação na nuvem ao redor do mundo. Keane pediu a Shotwel que discutisse também as parcerias para o contrato da SDA: “estamos felizes por ter a Microsoft em nossa equipe”, disse Shotwell. “Vamos entregar para o governo uma quantidade de satélites com a capacidade de fornecer proteção contra armas balísticas”, completou.

É esperado que os satélites sejam entregues em 2022 e tenham um amplo campo de visão. Com sensores infravermelhos, será possível detectar e rastrear possíveis ameaças de mísseis na baixa órbita terrestre, além de conexões cruzadas para a transmissão de dados a satélites de apoio. Apesar de o papel da Microsoft no SDA não ter sido discutido diretamente por Shotwell, uma fonte na indústria ressaltou o interesse da SpaceX no emulador orbital Azure, também da Microsoft.

Na verdade, a Azure já existia como uma plataforma de computação e serviços na nuvem, mas agora a empresa expandiu os recursos para o espaço em um anúncio que trouxe algumas novidades. Devido às necessidades cada vez maiores de redes no mundo, foi criada a unidade Azure Space, composta por grandes nomes da indústria e engenheiros com foco em serviços espaciais. Para isso, foi feita uma nova parceria com a SpaceX, para que os satélites Starlink forneçam banda larga de alta velocidade para o centro de dados Azure Modular Datacenter (MDC).

Trata-se de uma unidade de centro de dados que pode ser utilizada em locais remotos, tanto operando sozinha quanto aumentando capacidades locais. A ideia é fornecer suporte à computação na nuvem com segurança e alta intensidade mesmo em ambientes desafiadores, onde a energia e infraestrutura de construção podem não ser tão confiáveis. Assim, com o MDC, seria possível implementar centros de dados completos nesses locais e até aumentar a infraestrutura já existente.

Outra novidade é o Azure Orbital Emulator, que será um ambiente simulado para testes de constelações de satélites. Em linhas gerais, essa solução realiza simulações massivas de constelações de satélites com software e hardware, para que os programadores de satélites possam avaliar e treinar algoritmos de inteligências artificiais antes do lançamento. O Azure tem recursos para emular redes de satélites completas, gerando cenas complexas em tempo real com imagens pré-coletadas. Ao utilizar o emulador, o usuário consegue ter a mesma visão que o satélite tem, modelando cenários e simulando a arquitetura do projeto.

Fonte: SpaceNews, TechCrunch