Na noite desta segunda-feira (26), a SpaceX abriu vagas para os primeiros participantes do beta público do Starlink, o novo serviço de internet via satélites da empresa. Para participar do teste, chamado Better Than Nothing Beta, os usuários devem comprar todos os equipamentos de conexão por US$ 499 e pagar uma taxa mensal de US$ 99 pelo serviço.
Até então, os testes beta eram fechados e sigilosos. Em agosto, usuários que tiveram acesso aos testes privados compartilharam algumas primeiras impressões da conexão Starlink, divulgando anonimamente os resultados de seus testes. No início de outubro, a SpaceX forneceu o serviço para as equipes de emergência das Forças Armadas do estado de Washington, nos EUA, para facilitar o combate aos incêndios florestais que se espalharam pela costa oeste dos Estados Unidos.
Agora, a empresa enviou e-mails para aqueles que se inscreveram com a intenção de receber atualizações sobre o programa. Assim como durante os betas privados, a SpaceX pede sigilo sobre o programa, ou seja, os participantes não estão autorizados a compartilhar informações sobre o assunto. Mesmo assim, um usuário postou o e-mail enviado pela empresa no Reddit, e a CNBC confirmou a veracidade do conteúdo após consultar fontes familiarizadas com o assunto.
No e-mail, a SpaceX fornece algumas informações, tais como a velocidade de conexão que o serviço Starlink poderá oferecer durante os testes públicos, que é algo entre 50 Mb/s e 150 Mb/s. A latência prometida é de 20 ms a 40 ms, de acordo com o texto. “Também haverá breves períodos sem conectividade”, avisa a SpaceX, que também garante melhorias à medida que novos satélites forem lançados. A expectativa é que a latência diminua para valores 16 ms e 19 ms em 2021.
Em agosto, usuários que participaram dos primeiros testes fechados, compartilharam no Reddit dados de suas conexões Starlink, anonimamente. Na época, as velocidades de download variavam entre 11 Mbps a 60 Mbps, de acordo com medições realizadas com a ferramenta speedtest.net, da Ookla. Para upload, as velocidades eram de 5 Mbps a 18 Mbps, enquanto a latência variava entre 20 ms e 94 ms.
Naquela ocasião, a constelação de satélites responsáveis por distribuir a conexão era de aproximadamente 655 satélites. Atualmente, a SpaceX já conta com quase 900 unidades Starlink, embora algumas delas tenham falhado em órbita. O CEO da empresa, Elon Musk disse que a SpaceX precisaria de 800 satélites no espaço para fornecer “recursos operacionais significativos”. O objetivo é colocar 12 mil unidades em órbita, mas a empresa já busca autorização para chegar a 42 mil.
Para se conectar ao sistema, os participantes do teste beta precisarão comprar um terminal de usuário, que é uma espécie de antena parabólica, descrita por Musk como algo semelhante a um “OVNI em uma vara”. No e-mail enviado aos interessados, a SpaceX disse que o terminal, o tripé (usado para montar o equipamento no solo) e o roteador Wi-Fi custarão juntos US$ 499.
Além disso, a SpaceX fornece um aplicativo com realidade aumentada para ajudar os usuários a configurar seus sistemas. Com ele, será possível pesquisar áreas do céu com vista desobstruída para que possam direcionar seus terminais aos satélites Starlink corretamente. Por enquanto, os testes são reservados àqueles que vivem nos Estados Unidos e Canadá.
Fonte: CNBS, The Verge